Evangelicidade, eclesialidade, missionariedade. Três palavras que devem caracterizar as Confrarias, diz Papa Francisco
Da Redação, com Rádio Vaticano

Na sua homilia, o Papa Francisco falou
da sua alegria em celebrar especialmente às Confrarias, neste caminho do
Ano da Fé, e destacou que elas são uma realidade com grande tradição na
Igreja e objeto de renovação e redescoberta nos últimos tempos.
Refletindo sobre o Evangelho do dia (cf.
Jo 14,23-29), o Papa destacou que Jesus confia aos apóstolos seus
últimos pensamentos, como se fosse um testamento espiritual.
O texto
deste domingo põe em evidência que toda a fé cristã está centrada no
relacionamento com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
“Quem ama o Senhor Jesus, no seu íntimo
acolhe a Ele e ao Pai e, graças ao Espírito Santo, acolhe no seu próprio
coração e na vida pessoal o Evangelho. Indica-se aqui o centro do qual
tudo deve partir e ao qual tudo deve conduzir: amar a Deus, ser
discípulos de Cristo, vivendo o Evangelho”.
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Diante disso, o Papa os orientou a
manterem-se fiéis no seguimento de Cristo: “Bebei sempre em Cristo,
fonte inesgotável; reforçai a vossa fé, tendo a peito a formação
espiritual, a oração pessoal e comunitária, a liturgia. Caminhai
decididamente para a santidade; não vos contenteis com uma vida cristã
medíocre, mas a vossa pertença sirva de estímulo, a começar por vós
mesmos, para amar mais a Jesus Cristo”.
Sobre a passagem dos Atos dos Apóstolos
(15,1-2.22-29), Papa Francisco disse que o texto fala do que é
essencial para ser uma pessoa cristã, para seguir a Cristo. Os apóstolos
e os demais anciãos fizeram uma reunião importante em Jerusalém, o
primeiro “concílio”, sobre este tema, devido aos problemas que surgiram
depois que o Evangelho havia sido pregado aos não-judeus.
Segundo o Papa, a ocasião foi
providencial para que os apóstolos compreendessem o que é essencial:
“acreditar em Jesus Cristo morto e ressuscitado pelos nossos pecados e
amarmo-nos como Ele nos amou”. E ressaltou, “notai, porém, como as
dificuldades foram superadas, não fora, mas dentro da Igreja”.
Na homilia, o Santo Padre recordou ainda
que, em outra ocasião, Bento XVI, ao se dirigir aos membros das
Confrarias, usou a palavra “evangelicidade”. E acrescentou outras duas
palavras: “eclesialidade e missionariedade”.
Sobre a eclesialidade, o Papa disse que a
piedade popular é uma estrada que leva ao essencial, se for vivida na
Igreja em profunda comunhão com os Pastores.
“Os bispos latino-americanos escreveram
que a piedade popular, de que sois expressão, é ‘uma maneira legítima de
viver a fé, um modo de se sentir parte da Igreja’ (Documento de
Aparecida, 264). Amai a Igreja! Deixai-vos guiar por ela! Nas paróquias,
nas dioceses, sede um verdadeiro pulmão de fé e de vida cristã. Nesta
Praça, vejo uma grande variedade de cores e de sinais. Assim é a Igreja:
uma grande riqueza e variedade de expressões em que tudo é reconduzido à
unidade, ao encontro com Cristo”.
E quanto a missionariedade, terceira
palavra que deve caracterizar as irmandades, o Papa afirmou que as
confrarias têm a missão específica e importante de “manter viva a
relação entre a fé e as culturas dos povos” a que pertencem através da
piedade popular.
“Quando, por exemplo, levais em
procissão o Crucifixo com tanta veneração e amor ao Senhor, não cumpris
um mero ato exterior; mas indicais a centralidade do mistério pascal do
Senhor, da sua Paixão, Morte e Ressurreição e indicais, primeiramente a
vós próprios e depois à comunidade, que é preciso seguir Cristo ao longo
do caminho concreto da vida para que nos transforme”.
De igual modo, destacou Papa Francisco
quando manifestam uma profunda devoção pela Virgem Maria, apontam a mais
alta realização de existência cristã: Aquela que, pela sua fé e
obediência à vontade de Deus e também pela sua meditação da Palavra e
das ações de Jesus, é a discípula perfeita do Senhor.
“Sede também vós verdadeiros
evangelizadores! As vossas iniciativas sejam «pontes», estradas que
levem a Cristo a fim de caminhardes com Ele. E, neste espírito,
permanecei sempre atentos à caridade. Cada cristão e cada comunidade é
missionária na medida em que transmite e vive o Evangelho e testemunha o
amor de Deus por todos, especialmente por quem se encontra em
dificuldade. Sede missionários do amor e da ternura de Deus!”
Portanto, concluiu Papa Francisco:
“evangelicidade, eclesialidade, missionariedade. Peçamos ao Senhor que
oriente sempre a nossa mente e o nosso coração para Ele, como pedras
vivas da Igreja, para que cada uma das nossas atividades e toda a nossa
vida cristã sejam um luminoso testemunho da sua misericórdia e do seu
amor”.
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